Mulher
Perfeita.
Tão perfeita como a imperfeição se quer,
Ser único, autêntico... Única...
Personalidade ternamente implacável,
Libertou em mim,
Em toda a sua fúria graciosa,
Tempestade serena, que És,
Furtiva, presente,
Uma paixão que não se agarra
Mas se sente.
És o Vento.
Sinto-te mas não te posso agarrar.
Acalmas-me e abalas-me,
Combalido, não te consigo antecipar.
Oiço-te, mas não te vejo,
Fecho a mão, mas nada,
Vazio.
Não te posso agarrar.
És o Vento que tudo fustiga.
Que que era, mas já não o é,
Depois de ti...
Sem ti...
E Mar... Vejo-o agora claramente também...
És Mar uno com o Vento...
Transparente mas poderoso.
Poderosa.
Esmagarias gigantes... Com a força desse mar,
Se esse capricho assim te assaltasse a vontade,
Mas não... Vais, e vens, e vais...
E vais...
A maré mudou.
Essa força demolidora que vive em ti é Soberana.
Falou.
Tu és Força, Energia, Vida e Ser.
Jamais conseguiria eu fazer justiça
Tentando conter ou descrever
Em apenas palavras,
Nunca!
Por mais anos que eu o fizesse
Independentemente dos anos
Que pudesse vir a Viver...
E foi essa existência Tua,
Que me esmagou desde o primeiro momento.
Fascínio e espanto,
Esta obsessão doentia,
Apaixonada que não quer largar,
De uma forma estúpida, infantil,
Incoerente, inocente mas despropositada...
Mas Fútil... Inconsequente...
Não encontra mais palavras para se exprimir,
E sobretudo, para se fazer Crer...
Crer no Querer...
E lembro.
Lábios doces de provar...
Amor que desconcentra e desnorteia os sentidos...
Estremece-me e envolve as vísceras em espasmos palpitantes...
Cabelos... Deleitosas cortinas de aromas, sensações e emoções...
Iludem os sentidos...
Perco os sentidos...
Perco o pé...
Mas hoje choro.
Hoje já foi.
Não fui merecedor desta criatura que,
Por mais que tente,
Não acho forma, palavras,
Para descrever e lhe fazer Justiça...
Toda a fúria do que não fui, mas tu foste,
Toda a Culpa daquilo que sinto,
Mas que Sinto que deixei de o provar,
Das provas que tu me deste e do que tu sentes...
E eu não dei...
Esmaga-me o peito...
Estrangula-me a alma
Agoniza-me a existência,
Por cada vez mais, menos merecedor me sentir de ti...
Do teu amor...
Sei que não deixarei eu de te amar...
Com isto vou ter de viver...
Amo-te... E mais não é possível dizer,
Pois por mais que a mulher que eu amo,
Para sempre, para mim
Nunca deixarás de ser...
A Mulher.
D.O.C.
08/03/2017